A Assembleia Democrática Africana (em francês: Rassemblement Démocratique Africain-RDA), foi o primeiro partido verdadeiramente africano criado nas colônias francesas de África durante o Congresso de Bamako (18-21 de outubro de 1946), era composto de diferentes partidos políticos em todas as colônias francesas e durou de 1946 até 1958. Embora seja bastante criticado por seu caráter reformista, como escreveu Sékou Touré em 1967, ao mesmo tempo era revolucionário, na medida em que foi o primeiro movimento a organizar-se e a possuir uma estrutura que se opunha à essência do facto colonial¹.
Em seu Manifesto, publicado em 18 de setembro de 1946, a RDA reivindicou a igualdade de direitos, manifestou-se contra a tendência reacionária e o federalismo preconizados pelo MRP, prosseguiu nos seguintes termos:
Em contrapartida, nós não nos deixaremos mais nos confundir pelo “sentimento pró-autonomia” que se funde sobre uma visão utópica de realidades africanas e se manifesta hoje em dia pelo oportunismo de homens que não souberam se defender contra a assimilação.
Nossa adesão à União francesa, que nós proclamamos solenemente, se justifica por uma visão realista dos problemas políticos do mundo, por uma confiança no destino da África e pela certeza que, apesar da reação, nós obteremos condições liberais, democráticas e humanas que permitirão o livre desenvolvimento das possibilidades originais da genialidade africana.
- Leia a íntegra do Manifesto do RDA em português no link:
manifesto – RDA – português - Download do Manifesto do RDA em francês:
manifesto – RDA – francês
Durante nossos estudos e pesquisas não encontramos em português o Manifesto do RDA, dessa forma, realizamos a tradução do francês para o português de forma autônoma e estamos disponibilizando para download.
Coletivo Negro Patrice Lumumba
¹Ahmed Sékou Touré, L’Afrique et la Révolution, Paris, Présence Africaine, s., d., pp. 41,42 e 43, respectivamente.